“Não sou nada fotogénica, fico sempre horrível nas fotos”, começa por dizer Elsa Gervásio. “Impossível!”, respondemos-lhe. Há que lembrar que Elsa, de 49 anos, foi uma das modelos portuguesas mais requisitadas da sua geração e construiu toda a sua carreira ligada à moda. Hoje é diretora da L’Agence e foi à margem do concurso L’Agence Go Top Model que pusemos a conversa em dia. Elsa Gervásio recordou os seus tempos de manequim e terminou a falar da estabilidade emocional que vive há mais de um ano ao lado do velejador e empresário Luís Abreu Freire, de 51 anos, e da felicidade de ver os filhos, Raquel, de 19 anos, e João, de 17, bem encaminhados na vida.
– Vamos começar pelo que nos trouxe aqui, o concurso que procura novos talentos para lançar no mundo da moda…
– Sim, o L’Agence Go Top Model powered by Opel está a acontecer. Já está nas fases de casting. Já passámos pelo Porto, por Lisboa e dia 8 de agosto vamos estar no Algarve, no Hotel Dom Pedro Golf Resort, com a presença de Jessica Athayde e de Cláudia Vieira. Culminamos com uma festa à noite no Thai Beach em Vilamoura.
– Quem é que aparece nesses castings?
– Aparece de tudo. Jovens com noção do que é este trabalho, outros sem, mas a maioria tem o sonho de ser modelo, as referências mais comuns são a Sara Sampaio e a Sharam Diniz.
– Há muitos jovens com a expectativa de que a moda é um meio fácil para se ganhar dinheiro? Ou querem ser famosos?
– Acho que, acima de tudo, estes jovens gostam mais desse lado da fama. Nesta fase não estão muito preocupados com o dinheiro, mas sim com a possibilidade de serem famosos, viajar… Há uma atração pelo glamour. Não sabem o trabalho que dá e os sacrifícios que envolve ser modelo..
– Hoje é possível viver-se só da moda?
– Não, em Portugal não. Há modelos que vivem só da moda mas têm, obrigatoriamente, de ir trabalhar para o estrangeiro. De há uns anos para cá há cada vez menos trabalhos de moda e os cachets também baixaram.
– No seu tempo também era assim?
– Nada. Eu vivia com o dinheiro que ganhava na moda. Dividia um apartamento em Lisboa com uma amiga e pagava as minhas contas.
– Outros tempos…
– Na minha altura não havia sequer agências. Trabalhávamos porque os clientes nos ligavam para casa a perguntar se queríamos fazer determinado trabalho. Fazíamos um curso de modelos e lá íamos nós. Era um meio muito pequeno, éramos um grupo de 20 ou 30 manequins. Não havia deslumbramento. Foi uma fase gira, viajei, conheci muita gente, mas sabia que um dia teria de deixar de o fazer.
– Tem filhos adolescentes. Algum deles quis seguir uma carreira ligada à moda?
– Não, não estão nada para aí virados. O João terminou o 11.º ano, joga futebol e está focado no desporto. A Raquel terminou o segundo ano de Direito e vai estudar para o Rio de Janeiro, no âmbito do programa Erasmus. Ela não é muito alta, por isso pôs logo de parte a ideia e depois houve uma altura em que gostaria de ter experimentado a representação mas acabou por não o fazer.
– Parece estar numa boa fase profissional. Na vida afetiva também está numa boa fase?
– Estou bem, sinto-me tranquila.
– Encontrou no Luís o seu porto seguro?
– [risos] Sim, sinto-me segura.
– Viver um relacionamento nesta altura é muito diferente dos que viveu aos 20 ou aos 30…
– Sim. Quando tive filhos optei por querer ser eu a tratar deles, a levá-los à escola, tive de prescindir de muitas coisas. Hoje em dia estão crescidos, quase independentes, já tenho mais tempo para mim, para a minha vida e, consequentemente, para a pessoa que está ao meu lado.
– O amor é vivido com outras certezas.
– Sem dúvida, o amor é vivido com mais certezas. Gosto muito de estar apaixonada, sou uma romântica.
– Está feliz…
– Muito feliz. Profissionalmente sinto-me realizada, muito motivada. Trabalho com uma equipa maravilhosa. E a nível pessoal não poderia estar melhor.
Elsa Gervásio tranquila: “Gosto muito de estar apaixonada”
A diretora da L’Agence não podia estar mais feliz. Está realizada profissionalmente, vive tranquila com os dois filhos e a relação com Luís Abreu Freire é cada vez mais sólida.