
Joao Lemos
Nasceu na Alemanha, mas o seu nome está presente em quatro continentes e mais de 30 países. Christian Völkers, de 62 anos, proprietário da imobiliária Engel & Völkers, criada há mais de 40 anos, na altura com o sócio Dirk C. Engel, que morreu em 1986, é um “homem do mundo” e, apesar de residir em Hamburgo, é na sua propriedade situada na ilha espanhola de Maiorca, numa casa reconstruída que originalmente tem mais de 500 anos, que passa todo o seu tempo disponível.
Foi precisamente nesta casa, no cimo das montanhas da vila de Port D’es Canonge, com vista sobre o mar, que recebeu a CARAS, no final de uma manhã muito quente.
Apaixonado pelo seu trabalho e completamente dedicado à sua empresa, Christian só sentiu necessidade de constituir família quando conheceu a sua mulher, Ninon, de 45 anos, com quem está casado há 15 e de quem tem dois filhos, Oscar, de 14 anos, e Teresa, de 12. Reconhece que foi tarde – foi pai pela primeira vez aos 47 anos –, mas garante ter sido “na altura certa.” E afirma, satisfeito com o equilíbrio que encontrou entre a vida familiar e a profissional: “Agora consigo dividir o meu tempo entre a família e os amigos e desfrutar calmamente do crescimento dos meus filhos. Sou um pai bastante presente e isso dá-me muito prazer. Não o vejo como uma obrigação, mas sim como um prazer e um privilégio.”
– Esta casa tem mais de 500 anos e foi reconstruída por si. Foi amor à primeira vista?
Christian Völkers – Na verdade, apaixonei-me pelo espaço e não tanto pela casa, porque precisava realmente de muito trabalho. Foi um processo moroso, porque os proprietários eram cerca de 50 e só pouco mais de 20 é que queriam vender. Foi preciso chegarem a acordo e na verdade a pessoa que aqui morava nem sequer me deixou visitar a casa. Por isso foi mesmo por causa da vista e da localização que decidi avançar para a compra.
– Já tem a casa há 30 anos e continua a fazer remodelações…
– É verdade, estou sempre em processo de trabalho e de melhoramentos. Começámos por renovar o primeiro andar, para começar a sentir a casa e perceber qual o caminho que queríamos seguir. Depois disso fizemos renovações totais e continuamos sempre nesse processo. De certa forma, este espaço é como se fosse um organismo vivo. [Risos.] Há muita coisa para coordenar, pessoas para gerir e coisas para tratar. Sou preocupado com a arquitetura, com as pessoas, com a Natureza, com tudo o que rodeia e envolve este local. Mas é um trabalho feito com muito amor.
– Trabalhar no ramo imobiliário ajudou ou dificultou este processo?
– Quando se sabe e conhece demasiado, pode ser complicado, quase como um arquiteto que decide fazer a sua própria casa. É o meu trabalho, vi várias casas, várias localizações nos mais diversos países, e decidi-me por esta. Depois, tive necessidade de manter a tradição do local e o seu caráter. Acho que o verdadeiro segredo nestas coisas de reconstruir uma casa é que ‘menos é mais’.
– Mas Maiorca já é uma paixão antiga…
– Sim, temos uma casa de família, comprada há 45 anos, do outro lado da ilha, onde a minha mãe ainda vive, e foi aí que comecei a gostar deste local. Depois, fui descobrindo várias razões para querer ficar e viver aqui.
Fotos: João Lemos
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1203 da revista CARAS.
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