
Paulo Miguel Martins
É de música que Ive se compõe desde que se conhece como gente. Aos cinco anos, o pai, que também é músico, reconheceu-lhe o talento e desde então Ive define-se como cantora. Embora tenha nascido e crescido no Brasil, é a Portugal que agora chama ‘casa’ e onde vive hoje uma fase repleta de paz e liberdade. Fase essa que já se percebe no seu mais recente trabalho, produzido por Nelson Motta e Liminha, e na música que tem feito por cá e a que nem Madonna ficou indiferente. Na verdade, depois de a ‘rainha da pop’ ter ouvido Ive numa casa de fados lisboeta, decidiu convidá-la para cantar em sua casa, em Nova Iorque, na noite de passagem de ano. E foi precisamente por esse encontro que começou esta conversa, que nos deu a conhecer esta cantora de sorriso quente que vive apaixonada por tudo o que a vida lhe dá.
– Há quem a defina como um pequeno nome para um grande talento. Foi esse talento que cativou Madonna?
Ive – Não sei. A situação com a Madonna foi completamente surreal e inesperada. Dois dias depois do nosso encontro ocasional naquela casa de fados, recebi um telefonema com um convite para ir à festa de fim de ano que ela ia fazer em Nova Iorque. Acho que ela se encantou com alguma coisa, não sei bem o quê.
– Quando sonhava ser cantora, alguma vez imaginou chegar o dia em que iria poder cantar para a Madonna?
– Nunca, mas sempre espero coisas boas da vida. Surpreendem-me, mas aceito-as com muita serenidade. Lisboa deu-me muita coisa boa, bonita, amigos maravilhosos. Tenho mesmo uma sensação de pertença vivendo aqui.