
A mulher de António Raminhos recorreu ao seu blogue 7 da tarde e ainda não lavei os dentes para dedicar belas e sentidas palavras ao marido ao lado de quem está há 20 anos, dos quais 12 anos de casamento. “Ele tem o melhor abraço do mundo – o mais quentinho, o mais envolvente e o mais cheiroso de todos. É dono de um sorriso doce, que desenha no rosto umas covinhas que herdou da mãe e que as filhas herdaram dos dois. A cor dos olhos muda consoante a estação do ano. Ficam mais acastanhados no inverno e mais esverdeados no verão. Ri-se à gargalhada das coisas mais parvas e, muitas vezes, eu rio-me mais da gargalhada dele do que da coisa parva. Sente orgulho naquilo que eu faço, mas sobretudo no facto de eu ser do Benfica e de saber fazer piadas. Come com a boca aberta sempre que não está a gostar (ou sempre que não tem fome e come só para fazer o jeito). Fica com um ar tonto – sorriso pendurado nos lábios e olhar no vazio – quando está a construir uma piada na cabeça. Exatamente o mesmo ar que tem quando vê uma rapariga jeitosa na internet…”, escreve no longo texto.
Apesar de assumir que o marido “é péssimo para datas”, defende contudo que este “sabe sempre quando preciso de um abraço – ou daquela conversa que, invariavelmente, inclui as expressões ‘vai correr tudo bem’ e ‘o resto logo se vê’. Aligeira a vida dos que o rodeiam com o seu humor, mas nem sempre deixa que os que o rodeiam aligeirem a sua. Tem um coração gigante, com uma forma muito própria de funcionar. Sei-o de cor – como ele me sabe também – numa sintonia divina que vem de há muitas vidas”.
O primeiro beijo, que surgiu há duas décadas, estava longe de prever a história de amor que vivem e que deu três frutos: Maria Rita, de oito anos, Maria Inês, de seis, e Maria Leonor, de dois. “Quando demos o primeiro beijo, há 20 anos, não sabíamos que íamos crescer tanto juntos. Que íamos conhecer partes do mundo juntos, saborear vitórias juntos, viver desilusões juntos, chorar juntos, rir juntos. Não sabíamos que íamos ser pais juntos – e por três vezes! Educar três crianças juntos, ter de improvisar tanto juntos. Não sabíamos que íamos ter de encontrar, juntos, espaço só para os dois numa família de cinco. Não sabíamos que íamos desejar ser velhinhos juntos. Agora sabemos.”