
RICARDO SANTOS
Entre o final de outubro do ano passado e o dia 18 de janeiro deste ano Soraia Chaves esteve em antena semanalmente, na RTP1, como Natália Correia, na série Três Mulheres. Um projeto tão especial para a atriz que a força da poetisa ficará para sempre marcada no seu espírito e nos seus sonhos. E também na forma como faz questão de evidenciar a sua feminilidade e de a viver ao máximo. Por isso, Soraia foi convidada para ser embaixadora da Intimissimi, elevando a beleza feminina sem a vulgarizar. “Quando a Intimissimi me apresentou a sua filosofia, percebi que faz questão de passar uma mensagem importante: a admiração do feminino, sem objetificar a mulher. Porque a mulher pode sentir-se feminina, sensual e sexy mas ser uma coisa para ela, livre. Achei muito bonito o mote da campanha, ‘No one can judge me’ [Ninguém me pode julgar]. É a valorização da mulher e não a vulgarização. Por isso mesmo fiquei muito feliz e orgulhosa com esta associação”, admitiu Soraia Chaves à CARAS durante uma tarde em que mostrou o seu lado mais etéreo. A atriz, que está atualmente na novela Alma e Coração, da SIC, revelou ainda ter um novo desafio profissional para este ano: uma peça de teatro, com estreia prevista para o verão: “Voltar ao teatro era algo que queria muito fazer. Só fiz duas peças até hoje e sinto que há ali um espaço mágico que quero explorar. Apesar de não me sentir muito confortável, por não ter muita experiência, quero fazer essa aprendizagem. E há tanta coisa escrita que é importante ser dita… Acho que o teatro traz uma experiência ao ator, enquanto veículo dessas histórias, que é totalmente diferente do que se faz em televisão.”
– Natália Correia escreveu: “Existe a seiva. Existe o instinto. E existo eu/suspensa de mundos cintilantes pelas veias/metade fêmea, metade mar como as sereias.” Este podia ser um retrato seu?
Soraia Chaves – Acho que se houver algum ponto de ligação entre mim e a Natália poderá ser essa forma não totalmente terrena de estar na vida, esse desejo de ver o mundo com olhos mais poéticos. Este verso é lindo e a Natália tinha uma inteligência fora do comum, era um génio, o que eu não sou. Portanto, não há comparação entre nós a não ser enquanto mulheres e na forma como vivo a minha feminilidade. Acho que talvez me consiga identificar com alguns dos seus pensamentos e a forma tão bonita como ela defendia a feminilidade e a força da mulher, que foi tão desprezada e desvalorizada ao longo dos séculos.
– Descobrir Natália Correia para a série Três Mulheres trouxe mais poesia à sua vida?
– Absolutamente. Sinto que esta série mudou de certa forma a minha vida, porque encontrar a Natália foi conseguir entender alguns pensamentos e sensações que estavam perdidos dentro de mim. Ela ajudou-me a descodificar certas questões. O olhar poético é muito diferente do olhar que tinha antes de fazer esta série, e tomar contacto com os textos da Natália mudou a minha vida, no sentido em que tudo passou a ter uma cor e um sabor diferentes.