
João Lima
Há aproximadamente seis anos, Catarina Mira, de 27, mudou radicalmente de vida para seguir os seus sonhos. Com a ambição de ter uma carreira internacional, a atriz deixou a estabilidade que tinha em Lisboa e foi morar para Londres, cidade que a tem posto à prova em todos os sentidos. Como as contas para pagar não esperam pela concretização dos sonhos, Catarina não teve pudores em ir trabalhar para lojas e call centers, oportunidades que a obrigaram a crescer e a ver o mundo com outros olhos. A par destes desafios, a atriz foi-se também assumindo como influencer. Seja no seu blogue, Mira-me, ou na sua conta de Instagram, Catarina mostra-se como a protagonista de um mundo em que a paixão pelas palavras, pela estética e pela moda merecem um lugar de destaque.
Além da sua emancipação, Londres também lhe trouxe o amor. Há quatro anos conheceu na rede social Tinder o diretor criativo Martin Rose, que, num verdadeiro momento cinematográfico, a pediu em casamento na ilha de Skye, no verão passado.
Aproveitando a sua estada em Lisboa para promover o filme Solum, a CARAS conversou com a atriz sobre as conquistas e desafios que tem vivido em terras de Sua Majestade e os planos que quer concretizar a dois.
– A Catarina é a protagonista do filme Solum, um thriller científico realizado por Diogo Morgado. Foi um projeto desafiante?
Catarina Mira – Sim, sobretudo do ponto de vista físico. Filmámos à chuva e ao frio e não tínhamos propriamente um departamento de guarda-roupa. E conciliar essas condições com as exigências emocionais da personagem foi desafiante. E fazer um filme em inglês também é exigente, já que não é a minha língua materna. Estou muito contente com o filme.
– Acredita que este filme pode ser mais um passo para se internacionalizar?
– Sim, sendo em inglês, poderá ter mais hipóteses de ser distribuído a nível internacional.
– Há seis anos decidiu ir viver para Londres. Sente que foi uma boa aposta? Nunca se arrependeu?
– Na altura tinha 21 anos e foi uma decisão impulsiva. Quando cheguei a Londres, percebi que as coisas não funcionavam como aqui, porque lá a indústria do cinema é muito maior. Continuo a acreditar que o meu lugar é em Londres, mas não deixo de ter um pé em Portugal. O meu blogue também me permite trabalhar entre cá e lá. Não sei o que o futuro me reserva, mas sempre fui pessoa de apreciar mais o processo do que o resultado.
– Em Londres, tem conseguido subsistir da representação ou tem trabalhado noutras áreas?
– Hoje em dia o meu rendimento vem sobretudo do meu trabalho no digital. Mas quando fui para Londres fiz de tudo! Quando fui para lá não tinha propriamente um pé-de-meia que me permitisse só estudar. Por isso estudava durante o dia e à noite trabalhava num restaurante. Também trabalhei em lojas e em call centers. Lá é assim que funciona e não há o preconceito que existe cá em relação a um ator que não tem trabalho na sua área.