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Paulo Miguel Martins
Mariana Lobato, de 31 anos, e António Fontes, de 36, estão habituados a rotinas de treino rigorosas, a planos alimentares meticulosos e a competirem nas mais disputadas regatas do mundo. Se tudo isto é exigente, acompanharem o filho, Bartolomeu, de quatro anos, e estarem ao seu mais alto nível nesta aventura da paternidade também o é, como partilharam os velejadores enquanto tentavam distrair o filho durante esta entrevista. Mas, sendo atletas, Mariana e António gostam de um bom desafio e preparam-se para aumentar a família com a chegada de Carolina, prevista para meados de novembro.
Nestas últimas semanas a três, os velejadores e o filho aproveitaram uma manhã amena para passearem pelo rio Tejo, durante a qual revelaram os desafios que têm superado para levarem esta família feliz a bom porto.
– É caso para perguntar se a paternidade tem sido um mar de rosas…
Mariana Lobato – Antes de termos filhos, tínhamos uma vida mais flexível e conseguíamos passar mais tempo fora em treinos e em campeonatos. Com o nascimento do Bartolomeu tudo mudou. Tivemos de nos adaptar e fazer outra gestão do tempo. Não é fácil, mas com a ajuda da família temos conseguido. As crianças exigem muita atenção e se decidimos ter um filho é para estar e partilhar tudo com ele. Sempre quisemos ser pais presentes. Tentamos ter tempo de qualidade com o Bartolomeu. Ele também já adora desporto, gosta muito de andar de barco e já nos acompanha em algumas situações.
– Portanto, adaptaram-se ao vosso filho e ele também se adaptou ao vosso estilo de vida.
– Exato. É ótimo o Bartolomeu gostar das mesmas coisas que nós. No verão, passámos duas semanas no barco e ele adorou.
– Mas é preciso muito foco para, no meio da logística familiar, manter o nível desportivo…
– Não é nada fácil. Tento ter uma boa alimentação e descansar para manter os níveis de energia. O Bartolomeu veio mudar as nossas prioridades. Também passámos a simplificar as rotinas. O importante é nunca perder o foco e saber bem quais são os nossos objetivos.
– E, como pai e atleta, o António também tem sentido todas estas mudanças?
António Fontes – Sim, claro. A seguir à regata em solitário que fiz, propus-me participar na Volvo Ocean Race, em que damos a volta ao mundo em equipa. Foi uma correria, mas consegui. E a Mariana e o Bartolomeu acompanharam-me, dentro do possível. Mas foi bastante bom regressar a casa depois dessa regata.