Cristina Ferreira é uma das principais oradoras neste último dia de conferências da Web Summit, que está a decorrer em Lisboa. A apresentadora e diretora da TVI foi uma das oradoras na manhã desta quinta-feira, 4 de novembro, num momento que tinha “Making it in the media” como tema.
Num discurso sempre em inglês, Cristina falou sobre o percurso da sua carreira e a imagem que construiu perante o público. “Sou uma rapariga do campo, a tentar ser feliz. Não tenho medo de nada. Não tenho medo de ser bilionária, mas se acontecer não me importo“, disse a apresentadora, que se orgulha das raízes na Malveira. Cristina também brincou com o facto de estar sempre a ser falada nas redes sociais: “Sou sempre um meme na internet, mas tudo bem. Porque sou diferente”.
Cristina também falou sobre algumas das suas conquistas pessoais e profissionais. A apresentadora assumiu que não saber falar inglês é uma fraqueza, mas que procurou aprender e deu como exemplo o livro que lançou em 2018, “Falar Inglês É Fácil”. Os lucros do livro foram usados para financiar bolsas de estudo para adolescentes portugueses. “Orgulho-me muito disto e deste momento. Continuo a ficar nervosa, porque assumo que não falo inglês muito bem, mas estou aqui!”, disse a diretora da TVI, aplaudida pelo público.
De seguida, falou sobre as muitas críticas que recebeu ao longo da carreira quanto à própria voz. “Dizem que falo alto, que dou gargalhadas estridentes, que pareço uma peixeira. Mas nunca mudei. É a minha voz e, mais importante do que o tom que usamos é o que temos para dizer”, referiu, recordando que aproveita a exposição que tem para trazer a público discussão sobre temas que considera relevantes. “Quando mudei de empresa e fiquei em silêncio, mesmo nas redes sociais, recebia mensagens de pessoas a dizerem que tinham saudades da minha voz. Mesmo que fosse alta. Tinham saudades da minha verdade”.
Outro momento em que Cristina foi muito aplaudida foi quando disse: “Se és uma mulher, não precisas de ser um homem.” A apresentadora falou sobre o empoderamento feminino. “Quando comecei a trabalhar como diretora, um ano atrás, na minha primeira reunião de conselho, eu queria ter homens ao meu redor. As pessoas diziam-me: Tens que comprar fatos, ser mais formal, não podes falar da forma que falas. E nas primeiras duas reuniões eu mantive uma postura mais clássica, usei fatos… Mas depois disso, decidi ser mulher. Falar como falo, dar minhas opiniões e usar as minhas intuições”.
Sobre os altos e baixos na popularidade, Cristina afirma não ter medos e assume que começaria tudo de novo: “As pessoas perguntam-me: ‘Se a sua carreira na TV acabar amanhã e tiveres que começar de novo?’ Eu digo: ‘Tudo bem, eu começo de novo. ‘Como? Eu vendo bifanas. Mas serei a melhor vendedora de bifanas do país. Porque sei que vou ser a melhor a fazê-lo. Porque sei que posso. E sempre ganhas, mesmo quando perdes.”