Cabelo comprido com tranças, fato de ganga, unhas longas e coloridas. A ex-primeira-dama americana Michelle Obama, de 58 anos, assumiu recentemente um visual menos conservador, que tem “rimado” com aquilo que defende no seu mais recente livro, A Luz que nos Ilumina, onde explica como ultrapassa os seus medos desbravando caminhos e incentiva outros a fazerem-no.
“Ainda hoje me sinto algo chocada com o facto de eu e Barack, montados na nossa mota voadora, termos conseguido pousar, ou seja, termos chegado à Casa Branca e permanecido lá oito anos. Sabe-se lá como conseguimos. O pior é que isso não eliminou o medo e a dúvida da minha vida, embora já não fique tão intimidada com os meus próprios pensamentos”, escreve a mulher de Barack Obama, confessando que, tal como a generalidade das pessoas, também ela sente medo do desconhecido, mas que aprendeu a desafiar essa voz interior que por vezes nos paralisa.
“É pena que tenhamos tanta dificuldade em olhar para a nossa própria imagem sem a esquadrinhar à procura do que há de errado.”
Na ronda de intervenções públicas para divulgar o livro, Michelle tem escolhido visuais arrojados – já surgiu de amarelo integral e rosa-forte, por exemplo –, parecendo querer reforçar a ideia de que as críticas não têm de ser inibidoras quando se trata de assumir convicções… ou escolhas estéticas. No programa BBC Breakfast, por exemplo, confessou que também tem problemas de autoestima e que é muito autocrítica com a sua imagem: “Nós, mulheres, precisamos de aprender a amar-nos como somos”, defendeu, acrescentando que é uma pena “que tantos de nós, particularmente as mulheres, tenhamos tanta dificuldade em olhar para a nossa própria imagem sem a esquadrinhar à procura do que há de errado”.
Desinibida como sempre se mostrou, tem falado também sobre o casamento – ao jornal brasileiro O Globo explicou que a sua relação não é um mar de rosas e que discute muito com o marido. “Estar num relacionamento longo não significa que as pessoas sejam duas metades da mesma laranja”, defendeu. E numa conversa com a revista People falou sobre a menopausa. “Não há muitas conversas sobre menopausa. Estou a passar por isso e sei que muitas das minhas amigas estão a passar por isso também. E a informação é escassa.” Michelle tem falado ainda sobre o facto de as filhas, Malia, de 24 anos, e Sasha, de 21, viverem sozinhas em Los Angeles, onde partilham casa (relatou, por exemplo, um encontro em que as duas convidaram os pais a irem a sua casa beber um cocktail, queixando-se, bem-humorada, de que a bebida estava fraca), e revelou que tricotar e bordar foram as suas “armas secretas” para combater a ansiedade durante a pandemia. Um discurso aberto que tem contribuído para que seja hoje uma das mulheres mais admiradas e influentes do mundo.