Júlia Pinheiro voltou a ser considerada uma das 25 mulheres mais influentes de Portugal, numa iniciativa realizada pelo portal digital Executiva, que realizou a sua oitava edição. Aos 60 anos, a apresentadora da SIC e diretora da SIC Mulher recebeu o troféu com “grande sensação de humildade e tranquilidade”, como referiu durante a cerimónia de entrega dos prémios, na qual também fez questão de frisar que influência não é poder. “É ter visibilidade, capacidade de chegar, de entregar a mensagem, o que traz uma enorme responsabilidade, e espero que, nalguns casos, nomeadamente nos de algumas pessoas que estão aqui e têm cargos relacionados com a indústria, o conhecimento ou a justiça, tenha efetivamente um poder transformador. As outras, inclusivamente as dos media, têm a capacidade de mostrar, de abrir janelas.”
Para a comunicadora, há ainda um longo caminho a fazer para se mudar mentalidades, apesar do que já se adquiriu, e pretende dar o seu contributo, de alguma forma, para que as mulheres possam chegar cada vez mais longe. “Espero que o facto de ser considerada uma mulher influente possa inspirar outras mulheres”, disse.
Nesta caminhada, relembrou os tempos em que trabalhou como jornalista na revista feminina Máxima, na qual aprendeu com uma geração ímpar de mulheres que lutaram pelos direitos femininos. “Tive sempre à minha volta pessoas que deixaram esse exemplo. Esse coletivo de mulheres da Máxima, essa geração à qual pertenciam a Maria Antónia Palla, a Madalena Fragoso, a Maria Antónia Fiadeiro, que morreu recentemente, são tudo mulheres que vêm de uma linha feminista muito marcada e eu tenho por elas uma enorme admiração.” No entanto, a sua grande inspiração é a mãe, Áurea Pinheiro. “Tem a ver com o facto de ter sido uma mulher independente, empresária, e de ter tido a capacidade de ser autodeterminada. Hoje está limitada pelos problemas de saúde, mas é uma mulher notável”, afirmou com orgulho.
“Passei esse feminismo às minhas filhas. Também elas são independentes, autodeterminadas.”
Aos 84 anos, e depois de um AVC, Áurea continua a ser “encantadora” aos olhos da filha, que se vê no papel de cuidadora. E essa independência já passou para a geração mais nova. As filhas da apresentadora, as gémeas Matilde e Carolina [tem ainda um filho, o comunicador Rui Maria Pêgo], também são mulheres de fibra, de acordo com a mãe. “Passei esse feminismo às minhas filhas. Também elas são independentes, autodeterminadas. Sobretudo, passei o grande sentido do propósito como cidadãs, como mulheres, e são, de facto, umas meninas maravilhosas.”
“Estou ótima, está tudo bem comigo. Não estou doente, era apenas a vesícula. O problema está ultrapassado.”
Visivelmente mais magra, depois de nos últimos meses ter passado por problemas de saúde, Júlia fez questão de garantir que se encontra bem. “Estou ótima, está tudo muito bem comigo. Não estou doente, era apenas a vesícula. O problema está ultrapassado.”