Amiga de longa data de Patrícia Reis, autora de A Desobediente, Margarida Pinto Correia não podia faltar ao lançamento desta obra, que viu crescer durante os últimos quatro anos, e fê-lo acompanhada do marido, Sérgio Figueiredo, num fim de tarde em que os dois também aproveitaram para conviver com muitos outros amigos.
A stakeholder da EDP, de 57 anos, está certa de que a biografia de Maria Teresa Horta será um importante documento histórico para o presente, mas, sobretudo, para o futuro. “Há aqui, de facto, a importância de deixar o testemunho bem contado, que foi o que a Patrícia fez. Deu, obviamente, muito mais trabalho, porque a Maria Teresa está cá para contar a história, mas vai facilitar a tarefa a seguir, porque é uma chancela de credibilidade e veracidade. As duas são enormes pelo que representam e deixam um legado importantíssimo para as gerações seguintes”, disse.
Tão feminista e dedicada à igualdade quanto a autora e a biografada, Margarida revelou a importância que estes valores tiveram na educação dos seus dois filhos, Nuno, de 24 anos, e José, de 21, do seu casamento com Luís Represas, assim como dos filhos mais velhos do músico, João, de 33, e Carolina, de 28. “Criei os meus filhos para serem pessoas, e isto diz tudo. Eduquei quatro com a disponibilidade para cada um deles ser a pessoa que quisesse e com a total indisponibilidade para ignorarem os outros. No fundo, não foi criar para o feminismo, que está implícito, mas para a equidade, para a construção conjunta, para a solidez. E depois cada um é da forma que quiser ser”, contou. “Claro que, se na sociedade todos fossem equilibrados no seu ser, o feminismo não seria necessário como conceito de luta. Mas ainda é absolutamente necessário, pois há desigualdade e preconceito. Felizmente, aos meus vejo-os bem, sólidos, a lutar por isso, a contestar, porque esta geração, quando entra na luta, não permite nada. É muito mais intolerante. Se digo uma palavra do meu léxico geracional, os meus filhos criticam-me”, acrescentou.
Nuno escolheu ser ator, tendo estudado em Cambridge, Inglaterra, e Nova Iorque, enquanto José optou pelas Relações Internacionais, encontrando-se na fase do estágio e da escolha do mestrado. Por enquanto, vivem em Portugal, mas com os olhos no mundo, como praticamente todos os jovens atualmente. “Os meus filhos veem-se a viver onde é preciso, o que não é a mesma coisa de ‘eu quero sair porque aqui não presta’. Nesta geração, uns podem mais do que outros em termos financeiros, mas em termos de mentalidade são todos meninos do mundo. Para eles, é absolutamente igual se estão aqui ou ali, desde que estejam a fazer uma coisa em que acreditam. A minha geração queria um emprego, de preferência para a vida inteira. Os miúdos, hoje em dia, não querem nada disso. Não têm amarras”, sublinhou a antiga jornalista e fundadora da Casa do Gil.