Sofia Fernandes, de 47 anos, e José Barbosa, de 51, não perdem um verão na Praia do Caramelo, em Vila Real de Santo António. A ideia é criarem memórias aos filhos – Sebastião, de 9 anos, e Esperança, de 4 – que se perpetuem pelas suas vidas, mas também estreitar laços, o que em tempo de escola e trabalho se torna mais difícil. Entre brincadeiras na areia e muitos mergulhos no mar, a repórter do E-Especial não esconde a alegria que sente por ver a sua família feliz no mesmo local onde passava férias com os seus pais.
– Estas férias no Algarve são sempre especiais?
Sofia Fernandes – Desde bebé que venho de férias para esta zona do Algarve e consegui que o Zé também se rendesse aos encantos deste lugar tranquilo, com praias lindas e muito familiar. Os anos passam e sobretudo o Sebastião já tem os seus amigos de verão, que encontra na Praia do Caramelo. E a Esperança é a superdescarada da família e mete-se com imensos miúdos com quem lhe apetece brincar, por isso, à conta dela, acho que já falo com meia praia. [risos] A tradição acabou por fazer nascer o que chamo de “gangue Caramelo Kids”, cada vez com mais miúdos, de várias nacionalidades.
– Acabam por estreitar laços entre os quatro, longe das rotinas habituais, ou tentam sempre fazê-lo?
– Obviamente que tentamos sempre estar próximos dos nossos filhos, mas as férias são realmente o momento por excelência para muito tempo de qualidade. Sem as exigências de trabalho nossas nem a escola deles, entregamo-nos às mil brincadeiras e atividades que vão inventando e desejando.
– Os dias são passados em modo slow?
– O modo slow aplica-se apenas a não programar tudo demasiado nem combinar muitos programas, porque isso implica andar um bocadinho a correr. Passamos longos dias na praia, por isso preparamos tudo com esse objetivo, o que faz com que sobretudo a mãe nunca acorde depois das 8h00. Tenho estado muito ausente do telefone e redes sociais porque não me sobra tempo para lhes pegar, o que considero positivo.
– Muitas memórias são criadas nesta época…
– Criam-se memórias para eles e nós sentimo-nos numa “bancada” VIP a assistir a um crescimento acelerado nestes momentos. O Sebastião finalmente perdeu todo o medo do mar e até quis experimentar bodyboard, e agora já não podemos brincar a dizer que ele tinha apenas “pinta” de surfista, e a Esperança tem uma personalidade vincada, é superdecidida e desembaraçada. Sentimos ainda mais essas memórias no Sebastião, que perguntou se este ano não íamos novamente a Espanha de barco e passa todo o ano a sonhar em comer anchovas num restaurante que adoramos em Vila Real de Santo António.
– No verão, a relação entre os seus filhos é mais fácil ou, como passam mais tempo juntos, surgem conflitos?
– Adoram-se, mas também se picam constantemente, como tantos irmãos. Por vezes tentamos a estratégia da divisão para acalmar, mas quando estão longe ficam a perguntar um pelo outro.
– Ainda assim, percebe-se que eles têm uma relação muito próxima.
– Apesar de uma série de castigos que recebem por mau comportamento entre eles, quando estão bem é comovente olhar para eles. O Zé fica meio perplexo com as variações drásticas dos humores deles, mas isso vem do facto de ser filho único e não ter vivido essa experiência de picardias entre irmãos.
– Deve ficar bastante feliz quando observa a relação que estão a construir entre eles.
– Os momentos de carinho e gargalhadas por coisas tontas enchem-me de alegria e fazem-me acreditar que estamos no bom caminho. Queremos que sejam, além de irmãos, os melhores amigos para sempre.
– É o mesmo tipo de mãe para ambos?
– Eles têm personalidades muito distintas, por isso, por vezes, tenho de lidar de forma diferente com cada um deles. Provavelmente sou uma mãe um bocadinho mais esgotada com a Esperança, porque ela ainda exige muito. O que tento sempre ser para ambos é muito tranquila, falar sempre com calma, embora, por vezes, me levem ao desespero e me apeteça gritar. Em bom rigor, sabem que quando a mãe levanta a voz o “caldo” está mesmo entornado.
– Ter sido mãe tarde tornou-a mais consciente da forma como quer educar os seus filhos?
– Ser mãe foi um grande desejo e sinto-me privilegiada e feliz por o ter alcançado. A maternidade tardia provavelmente trouxe-me alguma tranquilidade e uma dose XXL de paciência. Foi uma decisão muito segura e com noção das mudanças na vida.
– Muito diferente ou muito semelhante da educação que teve em criança?
– O tipo de educação dos meus pais foi um bocadinho diferente em algumas coisas. Aproveitei o que achei positivo e excluí algumas coisas que me revoltavam. Sou efetivamente muito diferente da minha mãe e tento diariamente fazer o melhor que consigo.
– Já conseguem ter tempo a dois ou ainda estão na fase de que todos os momentos são para os filhos?
– Infelizmente, tempo para os dois é uma miragem. Os avós já têm uma idade avançada, por isso não podemos contar com eles para nos darem uma mão. Como não gosto de os deixar com desconhecidos, acabamos por ficar sem grandes opções, dado que os primos que eles adoram vivem no Norte. Assim, acabamos por dedicar todos os momentos aos miúdos.
– Mas é importante que haja momentos apenas a dois, ou a partir do momento em que foi mãe tudo passou a fazer sentido em família?
– Precisávamos muito de momentos a dois, mas não temos logística para isso. Além da família, há que cuidar do casal de alguma forma, para que o encanto não se desvaneça.
– Sente que tem a família com que sonhou?
– Apesar de, a certo momento, gostar de ter tido mais um filho, sinto que somos uma belíssima equipa. É este retrato de família que me alimenta a alma e a razão primeira do meu sorriso e alegria.
– Está há 15 anos no E-Especial. Gostava de ter outras oportunidades em televisão?
– O E-Especial é a minha “casa”, mas claro que estou sempre disponível para os desafios que a SIC me apresentar e gostava de fazer mais coisas diferentes, sobretudo em programas em direto, que, profissionalmente, é o que me dá mais gozo.
– Aos 47, o que é que perspetiva para o futuro? Ou prefere apenas saborear o presente?
– Não gosto de ser escrava do futuro, muito porque circunstâncias da vida me demonstraram que nem tudo está sob o nosso controlo, por isso quero apenas ser o mais feliz possível todos os dias a ver os meus filhos crescer. Mas tenho imensa curiosidade em ver como é que eles vão ser no futuro.
Agradecemos a colaboração de Caramelo Beach Club e Mummycool