Em casa de Sofia Fernandes, de 47 anos, o Natal chega sempre mais cedo e, este ano, no dia 16 de novembro, já estavam a montar a árvore e o já tradicional comboio do Pai Natal em torno da mesma. Os presentes vão surgindo e a magia já bateu à porta da família. Sebastião, de 9 anos, e Esperança, de 4, são os principais beneficiários deste mundo que Sofia faz questão de criar, sob o olhar atento do marido, José Barbosa, de 51.
– Esta é a vossa época preferida do ano?
Sofia Fernandes – Somos um bocado viciados no verão, mas, sobretudo eu e os meus filhos, estamos sempre em contagem decrescente – com direito a aplicação no telemóvel e tudo – para o Natal. A Esperança está praticamente o ano inteiro a pôr brinquedos na lista para o Pai Natal.
– Desde que foi mãe que tenta tornar todos os momentos dos seus filhos em magia.
– O Natal tem mais brilho com e por causa das crianças. Já temos muitos rituais que parecem não caber apenas no mês de dezembro, por isso, no espírito das ruas já iluminadas, começamos a meio de novembro já a montar a árvore de Natal para dar início às festas.
– Como vão passar o Natal?
– Mantendo a tradição, o Natal vai ser em Santo Tirso, em casa da prima Celeste. A avó paterna, Albertina, e a tia Clarinda vêm do lar onde residem para se juntar às festas.
– O Natal é uma época de família, mas não costuma passá-lo com os seus pais.
– Dada a distância geográfica temos de dividir um bocadinho as atenções. Temos optado por passar com a minha sogra, de 94 anos, e tia, de 101, que, dada a idade, têm mais dificuldades logísticas de deslocação… Temos de ser nós a facilitar a reunião. Os miúdos ficam felizes porque acabam por estar também com os primos que adoram.
– Costuma dizer-se que é necessário uma aldeia para se criar uma criança. Quem são as pessoas da sua aldeia?
– As maiores referências dos meus filhos somos nós e os primos mais velhos, Celeste e Almerindo, que, apesar de morarem em Santo Tirso, têm sido figuras importantíssimas na vida deles. O Sebastião ainda teve a avó materna, Isabel, mais presente nos primeiros anos de vida, mas a idade vai avançando e os avós não conseguem acompanhar o ritmo algo alucinante, dele e da Esperança. Também têm a tia Lisete que me acompanhou na infância e tem um carinho especial pelos meus filhos como se fosse uma avó de verdade.
– Serem mais vocês obriga-a estar sempre mais atenta a todos os passos dos seus filhos assim como a complementar algumas ausências que eles possam sentir?
– Mesmo que tivesse mais rede de apoio acho que faria questão de estar atenta a todos os passos. Temos abdicado mais das nossas coisas e fazemos tudo para que sejam crianças felizes, equilibradas e saudáveis.
– Esta altura também faz facilmente cair no consumismo, ainda para mais quando se tem filhos. Consegue controlar os seus impulsos assim como a vontade deles?
– Cada vez mais temos privilegiado experiências e momentos em detrimento dos brinquedos e presentes. Eles e nós já temos o suficiente e a prioridade, que lhes temos explicado, é terminar muita coisa que falta na nossa casa. Podem pensar num presente e, se for razoável, podem ter. Obviamente também eu tenho alguns desejos, uns pessoais e outros de decoração natalícia que gostava de fazer em casa… mas vou-me controlando, a bem da “prioridade casa”.
– Há alguma tradição de Natal que façam ou até que tenham criado?
– Felizmente temos conseguido fazer esta sessão fotográfica todos os anos e adoro ver o crescimento deles: as avós adoram receber estas fotos e nós temos aquelas raras imagens de família, sobretudo quando pai e filho não são amigos das máquinas fotográficas [risos]. Este ano vamos começar aquela história do duende brincalhão que gosta de fazer disparates para ver como reagem. Vamos manter os calendários do advento, as visitas a feiras de Natal e o enfeite que escolhem todos os anos.
– Gosta de cozinhar e preparar a ceia ou compra tudo feito?
– A ceia típica é o bacalhau cozido, que nunca como, por isso deixo essa tarefa para quem percebe e gosta do assunto. No Natal não costumo cozinhar, mas sou espetacular a ir comprar os doces. Ajudo em toda a organização, e contribuo com iguarias dos melhores locais.
– Sempre referiu que gostava de ter tido mais um filho. Já está em paz com o facto de não ter acontecido?
– É engraçado que a Esperança começou agora a dizer que gostaria de ter uma irmã e acaba por me fazer sentir mais nostálgica. Sei que temos a família ideal, por questões de idade e também financeiras, mas continuo a babar ao ver bebés pequeninos…
– O Sebastião e a Esperança são muito diferentes um do outro, mas complementam-se nas suas personalidades.
– É engraçada a forma como por vezes chocam mas também se admiram mutuamente. Ele é tímido, reservado e cauteloso. Ela é extrovertida, descarada e “rainha da festa”. Em bom rigor, dá-nos muito jeito ter um irmão mais velho bastante tranquilo para não inspirar mais a “pirataria” da Esperança. Felizmente têm em comum o facto de serem doces, apesar do Sebastião ser completamente avesso a beijinhos, até à mãe [risos].
– É o mesmo tipo de mãe com cada um deles?
– O Sebastião sempre foi mais fácil, já a Esperança requer que seja uma mãe com dose extra de imaginação para lhe conseguir dar a volta. Tenho de “empurrar” mais o mais velho para a descoberta enquanto que com a Esperança só tenho de a deixar “existir”. Sou só a típica mãe que vai variando a abordagem conforme as personalidades.
– Presumo que se sinta feliz e orgulhosa, quando, juntamente com o Zé, olham para a família que construíram?
– Quando os vemos em momentos de carinho ficamos a olhar verdadeiramente babados. É um desafio educar diariamente, mas, quando sentimos que devemos estar a fazer alguma coisa bem, é uma grande alegria. Bons miúdos, saudáveis e, aos nossos olhos pouco parciais, lindos. Somos mesmo uns sortudos.
Agradecemos a colaboração de Azul Seu, B.ME Party, Docedeamora.pt e Mummy Cool