
O pouco faz muitas vezes a diferença e pode ser transformador na vida de quem tem quase nada. Na qualidade de presidente e cofundadora da SIC Esperança, Mercedes Balsemão lida de perto, e diariamente, com muitos problemas de natureza social. Através de vários projetos desta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), e com o apoio dos respetivos parceiros, ajuda a dar resposta a muitas preocupações dos cidadãos.
Licenciada em Ciências Sociais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, a mulher de Francisco Pinto Balsemão recebeu a CARAS no terceiro Mercado de Natal SIC Esperança, que, uma vez mais, decorreu nas instalações do Grupo Impresa, em Paço de Arcos.
– Como é que o anual Mercado de Natal ajuda a SIC Esperança?
Mercedes Balsemão – É uma das formas de angariarmos fundos para os nossos projetos e estamos contentes por continuarmos a ter a adesão de muitas marcas e uma enorme variedade de produtos à venda.
– Sente que o lado solidário de cada um sobressai nesta época do ano?
– Sim. A solidariedade vem mais ao de cima nesta altura em que as pessoas estão mais sensibilizadas para o ajudar próximo.

– Há mais de 20 anos à frente desta IPSS, como tem sido possível proporcionar apoio a tantas pessoas com diferentes problemas?
– Já apoiámos e fizemos a diferença na vida de muitas pessoas, sempre através de instituições e com projetos muito concretos. Desde a terceira idade, na área da saúde, em tornar mais facilitada a vida de pessoas com deficiência. Temos conseguido abranger todas as áreas em que as pessoas têm problemas e precisam de ajuda. Recentemente estamos focados na educação, que consideramos que é o futuro. Sem educação ninguém vai a lugar nenhum. Começámos pelo primeiro ciclo, estamos a apoiar projetos educativos pelo país. Angariamos dinheiro através do projeto Dinheiro Miúdo para os Miúdos, em que toda a gente pode contribuir nem que seja com um euro [os donativos podem ser efetuados no site da SIC Esperança]. No fundo, queremos envolver toda a sociedade e todas as pessoas que acreditam no futuro das crianças e de Portugal.
– Reúne-se uma equipa empenhada em realizar autênticos milagres.
– Somos uma equipa minúscula que faz milagres. Três pessoas. Toda a ajuda que recebemos é pouca. Por isso é que quantas mais pessoas nos ajudarem e mais verbas tivermos disponíveis, a mais pessoas conseguimos chegar e melhor conseguimos fazer. É como um íman: uma coisa atrai a outra.
– Para alguém que há tantos anos tem ajudado a fazer a diferença na vida de outros, como é que a SIC Esperança já mudou a sua vida?
– A minha também tem mudado, sim. Torna-me uma pessoa mais sensível, solidária e compreensiva com todos os problemas. Com muito mais vontade em ajudar e resolver, que é o mais importante. Mas a solidariedade é algo que já vem de mim, antes de tudo.
– Ao longo do seu percurso esteve envolvida em diferentes áreas e atividades. Estudou Ciências Sociais, publicou um romance histórico em 2013. Hoje o que prevalece?
– Prevalece sentir-me dedicada à área social, sobretudo porque dá muito trabalho e não dá para fazer muitas mais coisas. Se queremos fazer bem o que estamos a fazer, às vezes é necessário focarmo-nos numa coisa só.
– Como olha para o futuro e os problemas sociais que o mundo atravessa?
– Adorava ter uma bola de cristal para descobrir como será o futuro. Não sei! Está tão difícil em todo o mundo, a cada dia que passa há mais focos de tensão, mais conflitos, guerras e ódios que vêm ao de cima, as pessoas estão muito desesperadas e agressivas. E isso faz pensar que, de facto, é preciso mudar alguma coisa estruturalmente, mas não sei como isso se faz. Gostava muito de saber.
– Algum pequeno conselho para que juntos consigamos deixar o mundo melhor?
– É importante, pelo menos, fazermos a paz à nossa volta. Tanto quanto pudermos. Já que não podemos fazer a paz no mundo inteiro, tentemos fazê-la ao nosso lado.