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D.R.
Olá a todos os leitores da Caras.
A etapa de hoje, que conduzia a caravana do Dakar até à fronteira entre a Argentina e o Chile, foi anulada devido a uma tempestade de neve que assolou o Paso de San Francisco, situado a mais de 4700 metros de altitude. A organização considerou que as condições de segurança não estavam reunidas e assim seguimos viagem até ao Chile, ficando para trás uma etapa que, por sinal, seria uma das mais duras do rali.
Hoje chegamos a Copiapó. Esta comunidade da região do Atacama ficou mundialmente conhecida quando em 2010 o desabamento de terras dentro de uma mina deixou 33 trabalhadores presos, durante cerca de dois meses, a mais de 600 metros de profundidade. Felizmente esta história teve um final feliz e todos os trabalhadores foram retirados com vida do fundo da mina.
Os dias sem corrida, por norma, costumam ser tranquilos. Não existe a pressão de deixar tudo preparado para a etapa seguinte. Nestes tempos mortos é possível confraternizar, tanto com os outros portugueses, como com os nossos adversários. Apesar de estarmos a competir uns contra os outros, existem laços de amizade entre nós. Pessoalmente, tenho boas relações com os meus adversários, particularmente porque fazemos um ano inteiro de corridas juntos e é inevitável que tenhamos alguma proximidade. O Dakar é uma prova que, pela sua dureza e competitividade, provoca muita tensão entre os concorrentes. No entanto, e acima de tudo, o ambiente entre pilotos é sempre salutar.
Um abraço
Hélder Rodrigues