Se existem carros que utilizam de forma inteligente todo o seu espaço, o Seat Mii é, sem dúvida, um deles. A primeira sensação que tive quando me sentei ao volante do novo citadino da marca espanhola foi de que, afinal, não é assim tão pequeno como parece, tem espaço suficiente para quatro pessoas e um surpreendente volume de carga. Tendo em conta as suas dimensões (3,56 metros), o Mii é bastante versátil e muito bem manobrável. Aliás, a forma ágil como se comporta no trânsito, com um diâmetro de viragem de apenas 9,8 metros, capaz de passar facilmente por espaços mais estreitos, faz com que nos sintamos ‘grandes’. A visibilidade é muito boa, graças à grande superfície de vidro do pára-brisas, e não precisamos de sistemas de assistência ao estacionamento para o fazermos de forma rápida e simples, mesmo naqueles lugares que, normalmente, nos fazem desistir após a primeira tentativa.
As proporções perfeitas parecem ter sido a chave do design do Mii, mostrando uma excelente relação entre dimensões e versatilidade. Com 1,64 metros de largura, a distância entre eixos de 2,42 metros é uma das maiores do seu segmento. Para isso, contribuem os rebordos de pára-choques frontal e posterior invulgarmente curtos, que conferem ao Mii uma silhueta compacta e robusta. Não restam dúvidas de que estamos perante um automóvel perfeito para a cidade, mas não se pense que o Mii se destina a uma utilização exclusivamente citadina. O seu espaço interior, os excelentes níveis de comodidade e a sua dinâmica desportiva fazem com que seja um bom companheiro para percorrer distâncias maiores.
Já que falei de comodidade, importa referir que o habitáculo do Mii nos dá uma sensação de amplitude, com espaço livre bastante aceitável para todos os ocupantes e uma altura dos assentos cómoda. O sistema de acesso aos bancos traseiros é que não é o ideal, principalmente, porque depois de puxados à frente os bancos dianteiros não recuperam a sua configuração anterior. Ou seja, temos de os regular novamente para encontrarmos a nossa posição ideal. Quanto ao painel de instrumentos, apresenta os controlos para o aquecimento e ar condicionado, para além dos vários interruptores e botões para as mais variadas funções. Na parte inferior temos a pré-instalação do sistema opcional de rádio, que inclui leitor de CD e MP3. O tablier pode ser personalizado através do uso de painéis de cor consoante os diferentes níveis de equipamento. Na versão base o porta-luvas não tem tampa, mas na versão Style pode fechar-se e contém espaços para objetos como canetas ou óculos.
A bagageira apresenta uma capacidade de 251 litros, sendo que com os bancos traseiros rebatidos o espaço aumenta até aos 951 litros.
Uma opção bastante interessante é o Portable Infoteinment Device, um sistema de ajuda para uma condução mais eficiente composta por um ecrã táctil de cinco polegadas extraível, que se assemelha a um tablet e que se integra perfeitamente na electrónica do automóvel. As sua múltiplas funções incluem o sistema de navegação, o kit mãos livres com controlo por voz e o computador de bordo com todo o tipo de informação relativa ao funcionamento do veículo. Tem como funções exclusivas o indicador de mudanças, recomendações sobre a velocidade do motor, valores médios e perfil de consumos para uma condução mais económica e ecológica.
O Mii está disponível em três versões, Entry, Reference e Style, cada uma delas com um ampla seleção de equipamentos e acessórios. Logo desde a versão base temos o ABS, airbags para condutor e passageiro, fixações Isofix, pára-choques da cor da carroçaria, jantes de aço de 14 polegadas, volante com regulação em altura, entre muitas outras opções.
No equipamento opcional, destaque para o Pacote Sport disponível na versão Style, que inclui jantes em liga leve de 15 polegadas, vidros traseiros escurecidos, volante e alavanca de mudanças em pele, faróis de nevoeiro e suspensão desportiva. Quem prefere um estilo mais elegante pode optar pelo Pacote Chic, com cores e elementos decorativos especiais para a personalização interior.
Outra das grandes novidades no Mii é o Assistente de Travagem em Cidade, um sistema inovador que em caso de perigo nos avisa ou, no limite, trava automaticamente, através de um sensor laser colocado na base do espelho retrovisor e que reconhece os veículos que circulam ou estão parados à nossa frente. Este sistema adverte-nos em caso de colisão iminente quando circulamos entre 5 e 30 Km/h e o sistema de travões recebe um sinal. Se não reagimos ao sinal emitido o carro trava sozinho.
Falando agora de motores, estes são totalmente novos e utilizam um propulsor de três cilindros de 1.0 litros, com reduzidos níveis de consumos e emissões de CO2 e duas potências disponíveis, 60 e 75 cv, que permitem atingir uma velocidade máxima de 160 e 171 Km/h, respetivamente. O depósito com 35 litros de capacidade garante-nos uma autonomia de cerca de 800 Km. Os consumos ponderados variam entre os 4,2 l/100 Km, na versão Ecomotive, e os 4,7
l/100 Km, na versão normal de 75 Km. As versões Ecomotive registam valores de
consumo de combustível mais reduzidos graças ao controlo inteligente do motor
com a função de recuperação e os sistema Start/Stop.
Todas as variantes de motores apresentam uma nova e compacta caixa manual de cinco velocidades, mas em breve também estará disponível uma caixa manual automatizada.
Em jeito de conclusão, confesso que fiquei surpreendido com a agilidade do Mii e com a capacidade de resposta do seu motor, tanto em cidade como em estrada. É um automóvel jovem, com materiais simples, mas de qualidade. Desta vez, testei a carroçaria de três portas, mas a Seat já apresentou uma versão de cinco portas, mais adequado, por exemplo, para quem precisa de colocar cadeiras de crianças nos lugares traseiros.
Preços:
Entry, 60 cv – desde 9.873 euros
Reference, 60 cv – desde 10.573 euros
Reference, 75 cv – desde 11.024 euros
Reference Ecomotive, 75 cv – desde 11.421 euros
Style, 60 cv – desde 11.423 euros
Style Ecomotive, 60 cv – 11.821 euros
Style, 75 cv – desde 11.874 euros
Style Ecomotive, 75 cv – desde 12.271 euros