
Este domingo, dia 15 de março, marca o segundo grande “desaire” familiar de Felipe VI desde que subiu ao trono, a 19 de junho de 2014, ao declarar publicamente que renuncia à herança do seu pai, Juan Carlos. Além disso, o atual monarca também retirou a pensão ao rei emérito, que estava prevista no orçamento da Casa Real, e que atingiu o valor de 194.232 euros em 2019.
Mas recuemos alguns anos, mais precisamente a 18 de junho de 2015. Na véspera de cumprir um ano como rei de Espanha, Felipe VI retirou o título de duquesa de Palma à sua irmã Cristina, devido a problemas judiciais em que se viu envolvida em conjunto com o marido, Iñaki Urdangarin. Este foi entretanto condenado no âmbito do caso Nóos em junho de 2018, a cinco anos e dez meses de prisão efetiva, estando a cumprir pena no estabelecimento prisional de Brieva, em Madrid, e a infanta foi ilibada.
Desde que começou este processo, o ainda príncipe das Astúrias distanciou-se da irmã e da sua família, um afastamento que dura até aos dias de hoje, altura em que a infanta reside em Genebra com os quatro filhos.

Agora tudo parece indicar que a história se vai voltar a repetir, mas desta vez com Felipe VI e Juan Carlos como protagonistas. A Casa Real emitiu um comunicado onde refere que o atual monarca vai prescindir de “qualquer ativo, investimento ou estrutura financeira cuja origem, características ou finalidade possam não estar em consonância com a legalidade ou com os critérios de integridade que regem a sua atividade institucional e privada”.
Este anúncio surge num momento em que decorre uma investigação a um suposto pagamento irregular de 110 milhões de dólares que Juan Carlos terá recebido em 2008 proveniente da Casa Real da Arábia Saudita, segundo avança a BBC.
Recorde-se que quando Felipe VI subiu ao trono, decidiu que a família real seria apenas composta por seis pessoas, ele, a sua mulher, Letizia, as filhas, Leonor e Sofía, e os pais, os reis eméritos Juan Carlos e Sofía, deixando assim as irmãs, Cristina e Elena, como família do rei.