Nascida a 1 de fevereiro de 1965, a filha mais nova dos príncipes Rainier e Grace do Mónaco teve uma infância tranquila, mas a morte da mãe operou uma grande mudança na sua vida, transformando-a numa pessoa rebelde, que só nos últimos anos amadureceu e acalmou. A 13 de setembro de 1982, as duas seguiam no mesmo carro quando este se despistou na estrada que liga França ao Mónaco. Stéphanie sofreu apenas algumas lesões, mas Grace morreria no dia seguinte. A jovem princesa, que tinha apenas 17 anos e uma ligação muito forte com a mãe, nunca superou a tragédia. “Além de viver o trauma terrível que foi a perda da minha mãe, estava ao seu lado no momento do acidente. Ninguém imagina o meu sofrimento, perdi o eixo central da minha vida”, afirmou numa entrevista que concedeu 20 anos após a morte da antiga atriz de Hollywood.
“Ninguém imagina o meu sofrimento, perdi o eixo central da minha vida.” (sobre a morte da mãe)
A partir de então, envolveu-se numa série de escândalos, nunca conseguindo encontrar a estabilidade emocional e tendo comportamentos que até então não eram associados a uma princesa. Quando terminou o liceu, decidiu que não queria fazer estudos superiores, por isso em 1984 começou a trabalhar como estilista e modelo na Casa Dior, a marca preferida da mãe, lançando pouco depois a sua própria linha de fatos de banho. A música foi a área que se seguiu. Lançou um tema de sucesso internacional, Ouragan, que vendeu mais de dois milhões de cópias, terminando a sua carreira como cantora com o lançamento do segundo álbum, cujo título tem o seu nome e no qual incluiu uma música dedicada à mãe. No entanto, mais do que a sua vida profissional, sempre foi a sua vida amorosa que deu que falar. Entre os muitos namorados que teve contam-se pilotos de Fórmula 1, atores, empresários, um mordomo do Palácio Grimaldi, dois artistas de circo, um croupier do Casino de Montecarlo e dois dos seus guarda-costas: Daniel Ducruet, seu primeiro marido e pai dos seus filhos mais velhos, Louis, que nasceu a 26 de novembro de 1992, e Pauline, a 4 de maio de 1994, e Jean Raymond Gottlieb, que se tornaria instrutor de esqui e pai da sua filha mais nova, Camille, nascida a 15 de julho de 1998.
Com Ducruet a princesa viveu a sua grande paixão, mas também o maior desgosto amoroso: tinham acabado de comemorar o primeiro aniversário de casamento – celebrado em 1996, já os dois filhos tinham nascido – quando o marido foi fotografado em cenas impróprias com uma stripper e as fotos correram mundo. Depois de vários outros romances, um deles com o domador de elefantes Franco Knie, proprietário de um circo, Stéphanie voltaria a casar-se em setembro de 2003 com o trapezista Adans Peres Lopez, de quem se separou ao fim de oito meses. Com os dois viveria em caravanas no circo, uma das suas grandes paixões, sendo há largos anos presidente do Festival de Circo de Montecarlo.
Mãe dedicada, foi nos filhos que a princesa foi buscar a força para superar as amarguras causadas por tantas adversidades. E apesar do seu rosto refletir as marcas desse passado difícil, quando está com eles o seu sorriso ilumina-se. E agora tem razões para sorrir ainda mais: dentro de pouco tempo será avó pela primeira vez, de uma menina, filha de Louis e Marie Chevallier, casados desde 2019.