Neste domingo, dia 20 de janeiro, Donald Trump celebra uma data especial. Faz dois anos que jurou cumprir a Constituição dos Estados Unidos da América na sua tomada de posse como 45º presidente do país mais poderoso do mundo. Mas antes de a data chegar, chega mais um terramoto que coloca o magnata do imobiliário debaixo dos holofotes.
De acordo com uma investigação do The New York Times (TNYT), o sucessor de Obama gastou 107 milhões de dólares, cerca de 94 milhões de euros, na cerimónia de tomada de posse em Washington. O montante envolvido é “ultrajante” de acordo com Steve Kerrigan, responsável pela tomada de posse de Barack Obama, quatro anos antes.
Só em maquilhagem para assistentes, todas mulheres, foram gastos 10 mil dólares, qualquer coisa como nove mil euros. Cerca de um milhão de dólares, 88 mil euros, foram libertados para pagar arranjos florais, alguns deles com mais de dois metros de altura. O staff de várias dezenas de pessoas recebeu 30 mil dólares (26 mil euros) aos quais se juntaram todas as despesas de deslocação, alimentação e alojamento.
Em quartos de hotel foram deitados ao lixo cerca de 6,4 milhões de dólares (5,6 milhões de euros) porque não foram usados, seja porque os convidados não compareceram na posse, ou porque optaram por, eles próprios, pagar o alojamento onde dormiram. Só no Trump International Hotel, a administração do 45º presidente os EUA teve uma fatura de 1,5 milhões de dólares (1,32 milhões de euros) para pagar no final da tomada de posse.
Mas se mais ou menos avultados os gastos em decoração, alojamento e recursos humanos são comuns nas tomadas de posse, o pagamento de 26 milhões de dólares (22,8 milhões de euros) a uma produtora de cinema já não é habitual.
A produtora em causa chama-se WIS Media Partners, pertence a uma amiga de Melania Trump e foi contratada para recolher imagens do dia da posse para que posteriormente fossem vendidas a uma distribuidora. A somar à quantia paga pela produção do documentário, que nunca chegou a ver a luz do dia, foram ainda transferidos para a conta de Stephanie Winston Wolkoff 1,6 milhões de dólares (1,41 milhões de euros) relativos a uma “comissão de supervisão”.
A amiga de Melania não passou despercebida na tomada de posse. De acordo com a investigação do jornal americano, Stephanie Winston Wolkoff ameaçava ligar para a filha do presidente, Ivanka, ou para o próprio presidente caso não seguissem as suas instruções, sendo que a chamada poderia resultar em despedimento de qualquer um dos colaboradores.
Contactada pelo TNYT a amiga da primeira dama confirma que recebeu a comissão, mas garante que a partilhou com outros elementos da produtora.
“Nunca tive conhecimento de alguém ter recebido estas quantias pela prestação destes serviços, nunca”, afirmou perentoriamente Greg Jenkins, responsável pela segunda tomada de posse de George W. Bush.