
Xaume Olleros
É já no próximo dia 9 de abril que é publicado o novo livro do ex-marido de Letizia, Alonso Guerrero. Intitulado O amor de Penny Robinson, o livro descreve os meses que se seguiram ao inesperado anúncio de noivado entre o então príncipe das Astúrias e a jornalista Letizia Ortiz Rocasolano.
O protagonista da história tem o nome do autor e é um homem a quem é retirada a capacidade de se defender. “Por motivos que não vêm ao caso, perdi a minha vida privada entre as nove e as dez horas da noite de 12 de novembro, dia do meu aniversário. Digo que perdi, mas na realidade eles arrancaram-na de mim com garra. Desde então não voltei a negligenciar os lugares públicos, nem a contemplar os pores-do-sol sem me separar deles por uma cortina de teatro. E tudo porque um estranho me tirou uma foto com um telemóvel, do outro lado da janela de uma vitrina.”
Assim se inicia a trama que poderá ensombrar a família real. A este começo intrigante seguem-se críticas à pressão mediática a que foi sujeito, podendo ler-se sobre o episódio em que a carta da caixa de correio de Alonso foi roubada ou o dia em que teve de fugir de casa para um hotel. “Tinha lutado para me tornar escritor e da noite para o dia tornei-me não apenas mais um tópico, mas o tópico”, destaca.
A rainha está representada em todas as personagens femininas. Alonso vai, aos poucos, distinguindo-as pelas fases que atravessam. As duas mulheres que o fazem perder a cabeça são Laura, a ex-companheira que o trai e que é descrita como alguém capaz de tudo depois de um divórcio, e a perturbadora ‘lolita’ de seu nome Nené, que emana sedução.
Alonso descreve ainda o dia em que conheceu a ex-mulher, em 1989, numa passagem em que são mencionadas duas fotografias de Laura. Nelas surge nua, imagens que a personagem principal terá captado da mulher. Ali está descrita a forma como se deixou seduzir pelo seu bronzeado depois de ter tirado a fotografia e onde podem ser lidas descrições pormenorizadas da sua compleição física. “As linhas limitavam os ombros e caíam na parte interna das coxas, como se se confundissem com uma clarabóia.”
Nené é, na opinião de muitos, a jovem Letízia aos 16 anos. “Sem perceber, fiquei obcecado com os seus olhos e a sua boca. Ambos permaneceram na minha memória por algum motivo. Talvez os tenha visto numa capa de um disco. Todas as mulheres que cantavam tinham aqueles olhos e bocas, embora cada uma delas tivesse uma aparência diferente, dando beijos tão diferentes quanto os selos de lacre. Nené sabia disso, é por isso que ele queria fama.”