O divórcio de Mohamed Bin Rashid Al Maktoum, emir do Dubai, e da princesa Haya da Jordânia continua a dar que falar. Dois anos após a fuga da princesa para o Reino Unido e o início do processo, alguns dados da separação têm sido tornados públicos, apesar dos esforços do emir para os manter em segredo.
O processo decorre em solo inglês, para onde a princesa fugiu com os dois filhos, Jalila, de 13 anos, e Zayed, de nove, alegando que queria proteger o futuro de ambos, impedindo-os de virem a ter casamentos arranjados.
Agora, novos dados foram revelados. O Supremo Tribunal de Londres deu como provado que o soberano do Dubai pirateou o telemóvel da sua ex-mulher, assim como os da advogada desta e de alguns dos seus funcionários, através do Pegasus, um spyware desenvolvido por uma empresa israelita, que permite ter acesso à informação armazenada no telemóvel, como mensagens e e-mails, acedendo ainda à câmara e microfone. Além disso, o juiz decretou ainda que o medo que a princesa tem de que os dois filhos sejam sequestrados pelo pai na sua casa de campo em Inglaterra “é totalmente justificado”.
O magistrado concluiu ainda que o emir cometeu “um abuso total de confiança e de poder” e deu a sua autorização “expressa ou implícita” para que o telemóvel da sua mulher fosse espiado pelo Pegasus. Além dos telemóveis de Haya e da sua advogada, Fiona Shackleton, Al Maktoum pirateou ainda os telemóveis de dois dos elementos que fazem escolta à princesa e da sua assistente pessoal.
Estes dados juntam-se a outros já provados judicialmente, que não abonam a favor do emir, como o facto de ter sequestrado duas das suas filhas mais velhas, as princesas Latifa e Shamsa, que denunciaram em mais de uma ocasião encontrarem-se em prisão domiciliária.