O Grão-duque do Luxemburgo e a mulher enfrentam a pior crise desde que subiram ao trono, há quase duas décadas. Devido à elevada saída de funcionários do palácio, o governo pediu um relatório para conhecer os gastos e o funcionamento da Corte.
Jeannot Waringo, antigo diretor da Inpeção Geral das Finanças, foi a pessoa escolhida para elaborar este relatório. Durante o tempo que passou no palácio notou o mau ambiente de trabalho que ali se vive, apontando a Grã-duquesa como o motivo desse mal-estar.
Esta quarta-feira, dia 5 de fevereiro, perante os resultados apresentados no relatório, o Parlamento concordou em fazer grandes mudanças na Corte liderada pelo Grão-duque Henri. Uma das mais significativas é a de que a mulher do chefe de Estado, Maria Teresa, será afastada de todas as tomadas de decisões sobre o funcionamento da Casa Grã-Ducal, especialmente no que respeita aos funcionários do palácio.
Em conferência de imprensa o primeiro-ministro, Xavier Bettel, afirmou que, com estas alterações, se pretende “fortalecer a monarquia”, acrescentando ainda que o Grão-duque está de acordo com todas as alterações propostas. No mesmo dia em que se conhecia o relatório, de 43 páginas, o palácio emitiu um comunicado no qual dizia que “para uma maior transparência e modernidade, a Corte contribuirá de maneira construtiva para a implementação das melhores propostas do relatório”.
“Há um organograma que mostra quem se encarrega de quê e não há lugar para a Grã Duquesa. Já não tem lugar na administração da Casa”, assegurou Bettel
Recorde-se que, de acordo com o relatório de Waringo, entre 2014 e 2019 sairam do palácio 51 trabalhadores, sem contar com que os se reformaram. Desse total, 16 despediram-se, 11 foram despedidos e a oito foi-lhes rescindido o contrato. “Há sinais que não enganam. Dei-me conta de que nas conversações entre colegas a jovialidade e o humor são raros. Todos medem bem as suas palavras”, aponta o antigo diretor da Inpeção Geral das Finanças.